Borderline
- Luciana Vanini
- 10 de abr.
- 1 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Em primeiro lugar quero relembrar que um diagnóstico não é uma sentença e cada indivíduo é único, inclusive na forma de expressar seus sintomas. Como esse é um tema recorrente nas sessões de psicoterapia e de interesse de muitas pessoas, em meus estudos sobre Transtorno de Personalidade Borderline, separei um trechinho do livro Eu te odeio, não me deixe, para compartilhar com você.
O indivíduo borderline tem uma experiência de vida como se ainda estivesse na infância, com as mesmas emoções intensas e o mesmo ponto de vista que tem uma criança. Quando a criança é punida ou repreendida, ela se vê como inquestionavelmente má; a possibilidade de a mãe estar tendo um dia ruim é inconcebível para ela. (…)
Conforme a criança saudável amadurece, ela passa a ver o mundo cada vez mais expandido, mais complexo e menos dogmático. No TPB Transtorno de Personalidade Borderline, porém, ela permanece presa ao passado: uma criança num corpo adulto. (…)
A mudança no TPB ocorre quando a pessoa aprende a ver as experiências atuais e revisar as lembranças do passado através das "lentes" de um adulto.
Essa nova "visão" equivale a assistir a um filme de terror antigo na TV que você não vê há anos: quando visto na telinha com as luzes todas acesas, o filme, antes tão apavorante no cinema, parece inofensivo, bobo até; você não consegue entender por que sentiu tanto medo a primeira vez que o assistiu.
"Há sempre um momento na infância em que a porta se abre e deixa o futuro entrar", escreveu Graham Greene.
Extraído do livro: Eu te odeio: não me deixe, de Jerold J. Kreisman & Hal Srauss.

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